terça-feira, 30 de dezembro de 2008
Trecho de um inédito
Era assim: às vezes o mundo não tinha cor. Havia guerra, sonhos destruídos, luta incessante. Queria apenas descansar um pouco. Ouvir uma voz suave a lhe dizer coisas bonitas. Como se ainda fosse criança e seus desejos, prioridade. Desistiu. Tratava-se apenas de mais um domingo. Era final de janeiro, um amigo aniversariava, uma plantinha brotara no vaso da sala, uma certa luz ensaiava moldar esse dia. Todas as coisas pareciam estupidamente certas, em seus lugares, como foram deixadas no sábado febril. Sim, porque havia o calor.
Era assim: ninguém viria visitá-la em sua casa-corredor, tão sozinha se sentia. Havia um marido que fora jogar. E ela se entregava à televisão, deitada no surrado sofá da sala. Do terreno ao lado vinham ruídos ocasionais. Por que se importar com eles? Tudo era letargia, sono, desilusão. Porém não tinha vontade de chorar. Parecia ser esse o seu destino. Além do mais, sempre havia a possibilidade de o telefone tocar nem que fosse por engano. Mas não esperava nem isso. Tudo era assim: vago demais.
segunda-feira, 29 de dezembro de 2008
Nada fabuloso
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
roberto caetano e natal
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
"... eu me aproximava com angustiada
idolatria de alguma coisa, e com a delicadeza de quem tem medo.
Eu estava me aproximando da coisa mais forte que já me aconteceu.
Mais forte que esperança, mais forte que amor?
Eu me aproximava do que acho que era - confiança."
Recebi essa mensagem em um cartão virtual, é Clarice Lispector, e divido com vocês. Boas festas!
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
The cleaner
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Coisas que não sei
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
Férias
As palavras
Lembro de ter ficado marcada por duas palavras durante anos da minha vida: imaginário e tessitura. Mas não são lindas?! As palavras, conforme ditas/escritas, têm um sabor muuuuuuuuito especial. Nesta sexta-feira acordo pensando em palavras saborosas, românticas, evanescentes
(esta já uma que gosto!):
icônico indexical libertário franzido rebelde inusitado impalpável intempestivo gestualidade infinito capadócia sublime tenro terno (olha!!) refilado a priori imprevisto cálido invisível intangível catavento harmonioso sagrado espelho... espelhado...
e por aí vai. Quais suas palavras prediletas?
..." muitas palavras saíram de cartaz"...
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
Mantra
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Chico Buarque
Basta um dia
Não mais que um dia
Um meio dia
Me dá
Só um dia
E eu faço desatar
A minha fantasia
Só um
Belo dia
Pois se jura, se esconjura
Se ama e se tortura
Se tritura, se atura e se cura
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
Só um
Santo dia
Pois se beija, se maltrata
Se come e se mata
Se arremata, se acata e se trata
A dor
Na orgia
Da luz do dia
É só
O que eu pedia, viu
Um dia pra aplacar
Minha agonia
Toda a sangria
Todo o veneno
De um pequeno dia
sábado, 13 de dezembro de 2008
preciso
estive no blog da Adri e quem vier aqui tem que ir visitá-la (temporário permanente). é como um link, sabe? ela diz coisas que tocam a alma e a minha precisa ser tocada o tempo todo, senão viro fumaça, adiós.
preciso do gato que me enfadonha as pernas de tanto roçar pedindo comida/carinho, preciso dos alunos mesmo que reclamando de uma coisa ou outra, preciso das luzes acesas em pequenos castiçais. preciso me olhar no espelho de vez em quando, mas sempre esqueço deste detalhe. preciso fazer a volta, dobrar a esquina e encontrá-lo, afinal.
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
domingo, 7 de dezembro de 2008
Insensatez
Edgar Morin. William Blake. Umberto Eco. Lúcia Santaella. Virginia Woolf. James Joyce... Meu mundo palpita entre nomes de renome. Finjo agora que olho o mar com um livro de um deles nas mãos: complexidade, poesia, semiótica, prosa moderna, pós... As ondas vão e vêm e eu apenas mergulho no mundo de letras e areia que se forma ao meu redor. Saudades do mar. Nada como pensar nele aliado aos livros, sempre fiz essa ligação. Panetone. Natal. Fim de Ano. Praia novamente. Porque a virada na praia tem um sabor diferente de tudo. Mesmo em Paris eu não senti o que sinto na praia no dia 31. É magia e crença em algo maior. Em Paris tinha tanta gente nas ruas que era improvável algum sentimento de agregação. Isso mesmo! A massa fica informe e ao mesmo tempo uniforme. Ninguém é ninguém. Na praia para onde eu já fui várias vezes há espaço embora as pessoas se aglutinem. Não sei explicar. Nem preciso. É como navegar...
Caio F.. Clarice Lispector. Susan Sontag. Flaubert. Saramago. Schopenhauer. J.P.Sartre. Simone De Beauvoir... Meu mundo se precipita nas Letras, Filosofia e na Insensatez... Não sei bem onde tudo isso vai dar, se pára em algum lugar dentro de mim. Mas sei que ser insensato muitas vezes é só o que resta...
sábado, 6 de dezembro de 2008
Girassóis
Ela se chamava Julie. Desenhista, esguia e inquieta, com um acento britânico inconfundível. Falava alguma coisa em espanhol. Ele, um pouco de inglês. Entenderam-se com os corpos quentes que fremiam ao se tocar. De um modo que não era possível ver as cicatrizes que carregavam, mas adivinhavam, um no outro, as marcas de suas paixões. Ela falou em girassóis. Foi como um beijo roubado, uma tontura de gozo, um prêmio, uma revelação. Em alguns meses aprendeu com Julie que existe um quartzo brilhante empregado em joalheria chamado girassol. Êxtase.
Agora, enquanto permite-se acompanhar as pinceladas tão antigas, as lembranças intrometem-se porque o tempo o acossa. No avião disse a Julie que iria fazer uma tatuagem. Ela não perguntou o que seria, apenas recostou-se nele enquanto olhava as nuvens. “Tem gente que coleciona todo o tipo de inutilidade. Fetiches. Tem gente que não perde o X-Files, que tem pôster da Marilyn Monroe pela casa, adora a Mona Lisa, torce por um time de futebol (ele preferia os jogos da NBA). Eu gosto de girassóis, como poderia eleger os diamantes?", disse.
O traço de Van Gogh era o que ele esperava de um traço de Van Gogh. E, estar diante dos Girassóis, em uma sala da National Gallery, em Londres, tinha um significado que nem mesmo ele compreendia. Não era para decifrar, era só para viver aquele instante sagrado. Ficou horas diante do quadro de pequenas dimensões até ouvir, pelo alto-falante, que iriam fechar. Caminhou lentamente passando pelas inúmeras alas sem olhar para as obras expostas. Em outra ocasião talvez, não agora que Van Gogh impregnava suas retinas.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
La luna esta noite
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Plumagem...
domingo, 30 de novembro de 2008
John, eu não esqueço...
sábado, 29 de novembro de 2008
Wine at saturday night
Idéias: Biba Fotos: Luiz Carlos Erbes
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Coisas pela casa...
Um dia ainda vou ser decoradora!!
Fotos: Luiz Carlos Erbes
quinta-feira, 27 de novembro de 2008
Tudo passa...
De novo do jeito
Que já foi um dia".
Tudo passa. Tudo sempre passará. Por isso, esse olhar agora distante, buscando algo que se foi ou que ainda não aconteceu. Esse olhar perdido no vago, no impreciso. Sem querer respostas. Elas são muito fáceis. Sem ficar perguntando. É mais fácil ainda. Apenas fico com esse olhar que busca pelo já dito, pelo não-dito, pelo vir-a-ser. Tudo muito existencialista, é claro, pois Sartre deixou um pouco do seu legado.
"A vida vem em
ondas como o mar
num indo e vindo infinito
Tudo que se vê não é
igual ao que gente viu
a um segundo..."
terça-feira, 25 de novembro de 2008
domingo, 23 de novembro de 2008
Take it easy!
sexta-feira, 21 de novembro de 2008
Amelie Poulain
terça-feira, 18 de novembro de 2008
segunda-feira, 17 de novembro de 2008
"Vida de gado", disse Zé Ramalho em seu Admirável Gado Novo. Pensemos em Huxley e aquela sociedade do futuro. Hoje foi um dia assim, de desentravar o que estava na garganta porque essa apoplexia não pode continuar. "Silêncio". Como no final de Cidade dos Sonhos. Alguma coisa aconteceu que Lynch entendeu antes da gente. "Silêncio". Mas é um daqueles cheio de palavras...
domingo, 16 de novembro de 2008
sexta-feira, 14 de novembro de 2008
Antes de partir
a vida é hoje, é agora
nada de passar pelo mundo
com a sensação de estar fora
carpe diem, carpe diem
antes de irmos embora...
Antônio Iraildo
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Rosa do Marrocos
Miguel deixou cair o livro no chão. As páginas amareladas de uma edição de bolso do Werther folhearam-se ao acaso pelo vento:
A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou isso... Dançamos vários minuetos... meus dias de felicidade são como os que Deus reservou aos seus santos... a distância, naquelas paragens, parece-se com o futuro...
As frases soltas, Miguel leu enquanto o vento, com seus invisíveis dedos, saltava as páginas. “De dentro de mim”, pensou, “eu não entendo o que sou fora de mim. Esse corpo. Essa luz que ilumina esse corpo. Tanto desejo...”. Miguel olhou o mar, era como reconhecer-se. A inquietude gigantesca das águas azuis era a mesma que o levara àquele exílio. Precisava serenar-se, mas a maré estava por subir. Inteiramente sabia, mas metade dele negava-se ao destino. “Eu faço o que há para ser feito de mim. Tenho essa certeza. Hoje, não queria as lembranças porque elas me mostram o que já fui e eu agora queria o que está por vir, o que desconheço. No entanto, parece que, como o mar revolto, o depois pode ser a imagem do dia anterior”.
(Trecho de Rosa do Marrocos, do livro de contos O Imprevisto)
quarta-feira, 12 de novembro de 2008
Caio Fernando Abreu
terça-feira, 11 de novembro de 2008
O que eu não gosto - Parte II
domingo, 9 de novembro de 2008
Clarice Lispector
sexta-feira, 7 de novembro de 2008
O que eu não gosto - Parte I
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Losing my religion
That's me in the spot light
Losing my religion
Trying to keep up with you
And I don't know if I can do it
Oh, no, I've said too much
I haven't said enough
R.E.M
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Os dias...
domingo, 2 de novembro de 2008
Ensaio sobre a Cegueira
sábado, 1 de novembro de 2008
O nome do dia
sexta-feira, 31 de outubro de 2008
Final de tarde
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Clarisser
Clarisser
É só um verbo assim
Meio meu
Meio não meu
Que anima os sentidos
E corre nos trilhos
Que cruzam o pampa da razão
Nada o conjuga não
É o infinito em si
Sem futuro, nem passado
Mas presente
Aonde está presente.
Vitor Ramil
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Comunicação
terça-feira, 28 de outubro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
"Chove chuva, chove sem parar"
Uma ótima semana a todos os peixes, digo, a todos nós!
domingo, 26 de outubro de 2008
sábado, 25 de outubro de 2008
Porque hoje é sábado
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Rainer Maria Rilke
"Estou aprendendo a ver. Não sei o que provoca isso, tudo penetra mais fundo em mim, e não pára no lugar que costumava terminar antes. Tenho um interior que ignorava.
Agora tudo vai dar aí. E não sei o que aí acontece."
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Quando uma história começa assim, com um homem sentado em sua cadeira de balanço, na sacada, olhando os movimentos da rua à noite, é porque existe um perigo. O perigo que se esconde, traiçoeiro, dentro desse homem e de sua casa.
Se abrirmos a porta que do balcão dá acesso à sala de estar, conheceremos um pouco do que esse homem - que se chama Ettore Capria - aprecia e ama. O reflexo no espelho é sempre o mesmo, o de uma cabeça de cavalo talhada em madeira. É um trabalho rústico, mal acabado. O dorso permanece na cômoda principal cujas gavetas se mantém chaveadas.
Umas poltronas antigas, algumas almofadas de pano, cinzeiros de vidro, vários tamanhos, distribuídos em torno da mesa de centro, pesada como as cores das paredes e do teto. A estante de livros acumula centenas de obras...
Lá fora, o homem esquece que possui calendários antigos pendurados em um dos cantos da sala. Não lembra dos discos empilhados sobre o tapete. Afunda suas mãos num entorpecimento senil. Não sonha.
Jamais sonha?
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
Jura Secreta
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que eu não causei
Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada do que eu quero me suprime
Do que por não saber ainda não quis
Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que eu não sofri
terça-feira, 21 de outubro de 2008
Clube da Luta
segunda-feira, 20 de outubro de 2008
domingo, 19 de outubro de 2008
O que mais quer?
sábado, 18 de outubro de 2008
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Exteriores
Divisei uma sombra na parede e esperei um movimento. Você não estava mais com aquele jeito que sempre rebuscava a noite. Um pouco fatal. Você possuía então, um modo distante de criança assustada e ferida. Fiquei parado alimentando meus olhos úmidos com sua imagem congelada. Entorpeci-me. Você começou dizendo que já não era a mesma. Foi esta a primeira vez que você falou alguma coisa ao chegar. Lembro que sua voz me despertou. Eu quis demonstrar que também já não era o mesmo, mas não sabia como. Por isso, deixei-me estar à luz da televisão sem realmente estar. Afinal, julguei que aquele instante seria eterno. (Trecho do conto "Exteriores", do livro O Imprevisto)
quinta-feira, 16 de outubro de 2008
Crash - O dia depois
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Dizem que ainda vai chover mais. Dá vontade de ficar para sempre embaixo dos cobertores...
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Juliette
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Soledad
Soledad,
aquí están mis credenciales,
vengo llamando a tu puerta
desde hace un tiempo,
creo que pasaremos juntos temporales,
propongo que tu y yo nos vayamos conociendo.
Aquí estoy,
te traigo mis cicatrices,
palabras sobre papel pentagramado,
no te fijes mucho en lo que dicen,
me encontrarás
en cada cosa que he callado.
Ya pasó
ya he dejado que se empañe
la ilusión de que vivir es indoloro.
Que raro que seas tú
quien me acompañe, soledad,
a mi, que nunca supe bien
cómo estar solo.
(Jorge Drexler)
domingo, 12 de outubro de 2008
Vermelho-luz poente
alegria que por vezes se renova como uma planta crescendo. Fosforescente. Fotossíntese da primavera. E eu embarcando para Paris no momento seguinte. É só esperar o verão francês.
Antes disso, Buenos Aires, tango e livrarias inimagináveis!
Foto: Luiz Carlos Erbes
sábado, 11 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
Os Homens Ocos
Os homens empalhados
Uns nos outros amparados
O elmo cheio de nada. Ai de nós!
Nossas vozes dessecadas,
Quando juntos sussurramos,
São quietas e inexpressas
Como o vento na relva seca
Ou pés de ratos sobre cacos
Em nossa adega evaporada
T.S. Eliot
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
Love
Love is real, real is love
Love is feeling, feeling love
Love is wanting to be loved
Love is touch, touch is love
Love is reaching, reaching love
Love is asking to be loved
Love is you
You and me
Love is knowing
We can be
Love is free, free is love
Love is living, living love
Love is needing to be loved
Hoje seria aniversário de John
terça-feira, 7 de outubro de 2008
(I Can't Get No) Satisfaction
I can't get no satisfaction.
'Cause I try and I try and I try and I try...
I can't get no, I can't get no...
Rolling Stones
domingo, 5 de outubro de 2008
Hallelujah!
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Foto: Luiz Carlos Erbes
domingo, 28 de setembro de 2008
Paul Newman
sábado, 27 de setembro de 2008
Fernando Pessoa
O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta:
Ter é tardar.
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
O sol chegando
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Tessa
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Experimentações!
domingo, 21 de setembro de 2008
...
sábado, 20 de setembro de 2008
A viagem de Chihiro (Spirited Away)
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
Alanis Morissette
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
sábado, 13 de setembro de 2008
Essência minha
As cores entre vivas e vibrantes
abraçam o dia frio, abençoado.
Sinto a falta deles, mas sei agora
que não vou morrer por isso,
não ainda, tem a hora certa pela
qual aguardo, hoje, sem ansiedade.
Tem o tempo rolando como as
pedras que não criam limo e é
com ele que vou alçando vôos.
Da essência vem aquilo em que
acredito e prezo, nela me comprazo
depois de tantos desentendimentos
Dela me abasteço, essência minha
que basta aos olhos e ao coração
sempre um pouco cansado e só.
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Bagdad e As Horas
segunda-feira, 1 de setembro de 2008
Setembro
quarta-feira, 27 de agosto de 2008
O violino
domingo, 24 de agosto de 2008
Solidão
quarta-feira, 20 de agosto de 2008
Um pontapé, um sorriso, um beijo...
domingo, 10 de agosto de 2008
O presente
"Se eu pensasse claramente, diria que luto sozinha nesta escuridão, numa profunda escuridão...E que só eu posso saber. Somente eu posso compreender minha condição. Você vive com uma ameaça; você diz que vive na iminência de minha extinção. Eu vivo nela também."
Virginia Woolf para seu marido , Leonard
quarta-feira, 6 de agosto de 2008
Tarde
sábado, 2 de agosto de 2008
Agosto parido
Mas deixe as luzes acesas agora,
O que foi escondido é o que se escondeu,
E o que foi prometido, ninguem prometeu
(Renato Russo)
quinta-feira, 31 de julho de 2008
Jorge Drexler
12 Segundos de Oscuridad
Gira el haz de luz para que se vea desde alta mar.
Yo buscaba el rumbo de regreso
sin quererlo encontrar.
Pie detrás de pie
iba tras el pulso de claridad
la noche cerrada, apenas se abría,
se volvía a cerrar.
Un faro quieto nada sería
guía, mientras no deje de girar
no es la luz lo que importa en verdad
son los 12 segundos de oscuridad.
Para que se vea desde alta mar...
De poco le sirve al navegante
que no sepa esperar.
Pie detrás de pie
no hay otra manera de caminar
la noche del Cabo
revelada en un inmenso radar.
Un faro para, sólo de día,
guía, mientras no deje de girar
no es la luz lo que importa en verdad
son los 12 segundos de oscuridad.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
quinta-feira, 24 de julho de 2008
O dia de Clarissa
terça-feira, 22 de julho de 2008
Tantas Palavras - Chico Buarque
Tantas palavras
Que eu conhecia
Só por ouvir falar, falar
Tantas palavras
Que ela gostava
E repetia
Só por gostar
Não tinham tradução
Mas combinavam bem
Toda sessão ela virava uma atriz
"Give me a kiss, darling"
"Play it again"
Trocamos confissões, sons
No cinema, dublando as paixões
Movendo as bocas
Com palavras ocas
Ou fora de si
Minha boca
Sem que eu compreendesse
Falou c'est fini
C'est fini
Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz
Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi, perdi
Palavras tontas
Nossas palavras
Quem falou não está mais aqui
domingo, 13 de julho de 2008
Teu Nome Mais Secreto
Só eu penetro em tua noite escura
Cavo e extraio estrelas nuas
De tuas constelações cruas
Abre–te Sésamo! – brado ladrão de Bagdá
Só meu sangue sabe tua seiva e senha
E irriga as margens cegas
De tuas elétricas ribeiras,
Sendas de tuas grutas ignotas
Não sei, não sei mais nada.
Só sei que canto de sede dos teus lábios
Não sei, não sei mais nada.
Composição: Waly Salomão
sábado, 12 de julho de 2008
sexta-feira, 13 de junho de 2008
Viver
terça-feira, 3 de junho de 2008
Fera tarde
que balança
tonta de euforia
por ser bicho solto
num mês de luzes
e pegadas no céu
Fera tarde
de absoluto prazer,
mas, laços amarrados
contradizem a soltura
Tão branca a tarde
feroz e descabida
Que olho no espelho
e o que vejo não é mais
o reverso de mim.
É o rosto...
O rosto que tento esquecer
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Vinícius de Moraes - Poética
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte
Outros que contem
Passo por passo
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço
- Meu tempo é quando
sábado, 26 de abril de 2008
No olho do furacão
Vontade enorme de fugir
Dançar à toa... Viver à toa
Mas o furacão se enfurece
grunhe e leva a gente embora
Para longe do inexplicável
Para mais dentro do seu olho
inumano, irrascível, torto.
E a gente reza como se pecasse
por querer tanto a liberdade
Como se confundisse a própria
existência com esse olho que
da retina acaba escuro e triste