sábado, 28 de fevereiro de 2009

Dá-me um cadinho de suspense para o dia ficar mais inspirado!!

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Salada de frutas

Sexta, escolhi para refletir. Não sobre dores e amores, mas sobre os dias que virão. Nada se sabe sobre eles além do que a agenda diz. Tenho aula de Teoria da Comunicação I na segunda. Já começamos com coisa forte. Na terça pela manhã, ganhamos o dia com Cinema: Estética e Imaginário. À tarde pesquisa e mais aula, desta vez Introdução à Comunicação, para os calouros. Na manhã de quarta, coordenação de Atividades Complementares. À tarde pesquisa, no vespertino Teoria da Comunicação II. Aí vem a quinta pela manhã, Midiologia Comparada. Ufa! Que nada tem reunião à noite sobre um projeto complicado de explicar. Todas as noites de quinta. Mas tem a sexta. Ela será para a correção de provas e trabalhos, a formatação das aulas da semana seguinte, enfim, trabalho e outras coisinhas. Li no blog do Beto (Cinema e Bobagens) um post sobre trabalho. Concordo com ele e queria mesmo era a salada de frutas e seu caldinho do final. Pois sinto-me bem cansada antes de começar a jornada. Tenho sempre a sensação do impossível. A cada dia um desafio e, muitas vezes, só queremos o silêncio, de que tanto falo. Alguém me disse que estar com as pessoas é o melhor que há. Eu sou meio caseira demais, gatos, livros, música e meus abajures. Então, uma sala de aula lotada é sempre um interdito, uma condição diferenciada e que me incita a sobreviver ao mesmo tempo que convida a compartilhar, a ser generosa, a compreender. Ai, mas a salada de frutas continua sendo o meu ideal...

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Ingmar Bergmam

"A fé é uma aflição dolorosa. É como amar alguém que está no escuro e não sai quando se chama".

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


Busquei da lua o momento. A chave para uma oração. Quis que meu coração parasse feito pedra só para não sentir o seu pulsar. Inútil. Então, gastei as energias pensando em coisas sem sentido que agora não sei como dizer. Dentro de mim mora um anjo de cara pintada. Muito moleque, muito invasivo. Busquei livrar-me dele, inoportuno. Quando eu só queria o silêncio para orar sem pedir nada, só para repetir palavras que um dia me ensinaram e lembrar de minha avó. Os dedos gastos e o coração abençoado. A lua se escondeu por conta de umas nuvens que invitaram a noite. E meu dessassossego ficou ainda maior. Tudo tem tamanho, até a nossa dor. Sonhei com ele e era preciso esconder-me. Sonhei com esse amor antigo que me rasgou o fôlego e me aliciou. Tentava fugir e então, para solucionar tudo, fico quieta no sonho, fingindo que estou dormindo, mas ele me vê. Eu sinto. Ouço seus passos. Asseguro-me de que sentou-se ao meu lado e me observa. Encolhida feito uma criança mantenho os olhos fechados e desejo bem fundo que ele se vá. Evapore. Não sei o que enfim acontece porque acordo do sono com olhos pequenos de quem ainda não está pronto para ver o mundo. Um gato me olha. E, entrevejo pela cortina da janela que a lua ainda não está lá.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Encontro

Não nos buscavamos assim fazia tempo. E buscar é querer. E querer é entregar-se. A sala ficou menor só para nos abraçar nessa tarde chuvosa de segunda-feira. Mesmo assim, uma tarde de luz. Eles vieram em fevereiro, mas eu os tenho esperado há muito. Lembranças vadias ou conversa afiada sobre dissertações. Carinho implícito, explícito, ternura ternura ternura. Inventei que quando eu não souber explicar vou apenas repetir a palavra-chave. Os sentimentos não tem mesmo que ser explicados, tem? Hoje, pelo menos, eu só quis sentir a presença deles, ouvir suas vozes, saborear seus desejos. E eles se foram depois do chá, Marrocos e Inglaterra. Eles se foram e eu fiquei ouvindo Drexler e pensando nessa dádiva, nessa zona de conforto que existe quando se tem amigos para compartilhar. Gracias Adri e Ira pela maravilhosa tarde, encontro de blogueiros, ponte para novos instantes de luminescência entre nós.
Nunca quis fugir com o circo da cidade. Só queria ser a trapezista por uma noite. Nunca quis uma porção de coisas, não pedi por elas, mas aconteceram. Enquanto é carnaval e todos se ligam na folia, eu me recolho. Mas, quando era criança queria muito ir a um baile de carnaval porque achava lindas as marchinhas que meu avô cantava. E tinha confete e serpentina. Queria ficar impregnada deles, cabelo, rosto, roupas. Tudo tão colorido e alegre. Nunca fui para a folia, no entanto. Lia um bom clássico e ficava tudo bem. Sempre assisti à entrega do Oscar e este foi o primeiro ano em que não fiz isso. As coisas mudam. Agora posso ver o resultado no UOL logo cedo. Ah, mas não é igual! Não. Mas tive uma ótima noite de sono, apesar do calor intenso. E, felizmente, os atores que ganharam estão entre os meus preferidos. O mundo virtual ganha força, nos impele até a um certo comprometimento com ele. Todos os dias nos plugamos para ler/escrever em nossos blogs. Continuo atenta ao que acontece no entorno e gosto muito pouco do que vejo. Sinto que o mundo é uma circunferência enferrujada pelo tempo. Continuo querendo ser trapezista por uma noite e isso significa que ainda acredito em algumas ilusões. Contudo, reteso em mim esses pequenos sonhos de menina porque a graça toda de viver está justamente em não ter feito certas coisas e ter optado por outras, ou, ter sido arrastada por elas. As coisas mudam sim, o tempo todo. "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia", avisa Lulu.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Carlos Drummond de Andrade

Eu preparo uma canção
em que minha mãe se reconheça,
todas as mães se reconheçam,
e que fale como dois olhos.

Caminho por uma rua
que passa em muitos países.
Se não me vêem, eu vejo
e saúdo velhos amigos.

Eu distribuo um segredo
como quem ama ou sorri.
No jeito mais natural
dois carinhos se procuram.
Minha vida, nossas vidas
formam um só diamante.
Aprendi novas palavras
e tornei outras mais belas.

Eu preparo uma canção
que faça acordar os homens
e adormecer as crianças.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Prece

Eu tenho a ilusão do silêncio, se é que você me entende. Sentei no banco da capela vazia e pensei isso, que não há um lugar mais silencioso do que esse. Talvez os cemitérios, você contestaria. Eu tive um amigo que visitava esses lugares ao entardecer e até fazia fotos em preto e branco. Havia aquelas imagens dos anjos com suas asas abertas, algumas quebradas. Asas de concreto corroídas. Mas eu não quero isso, algo bizarro, eu só quero o silêncio. Entrar nele completamente. Como um surdo. Queria ficar surda do silêncio de Beethoven. O banco de madeira é um pouco rústico. Essa capela é tão pequena! Foi feita para se chorar nela. Um amor chorou neste lugar e toda vez que eu entro aqui esse pesar se revela no silêncio. Você já sentiu isso? Que um lugar guarde um sentimento profundo e dorido assim por toda a eternidade? Nessa capela feita de pedras, em seu espaço exíguo eu sinto o cheiro do tempo. O silêncio só é entrecortado pelo canto de algum pássaro lá fora. Dentro só há a quietude se debatendo entre as quatro paredes. Alguém acendeu uma vela cuja chama tremula levemente. Eu olho em volta e não há muito o que ver além dos poucos bancos e algumas imagens pequenas. O crucifixo, um Jesus menino, uma Nossa Senhora. A luz que entra é pouca embora faça sol lá fora. O tempo escoa, mas eu não tenho mais pressa de nada, não nessa tarde de fevereiro. As pessoas estão de ressaca ou se preparam para mais uma noite de folia. Eu não tenho vontade de alegria, se é que você me entende. Eu busco o silêncio para bem longe dos tamborins.Eu estou sozinha com a minha aflição que não é maior ou menor do que a de muitos outros seres humanos. A diferença é que esta é a minha aflição. Conto os dias que me separam do que desconheço e que virá como um momento de paz no meio dessa tristeza. Você não pode me ouvir realmente, eu sei disso. Eu falo para mim mesma porque acho que Deus está tão ocupado... Eu só queria esse silêncio me preenchendo, curando as minhas feridas. Porque, você sabe, estou sofrendo. Nem mais nem menos. Na medida do que me foi reservado, só isso. Daqui a pouco tenho que voltar. Hoje até que está calmo. Nenhuma emergência. Ninguém gritou demais ou entrou em coma. Por enquanto o dia está indo bem. Mas, você sabe, eu me refugio aqui porque preciso esquecer os esgares, os gemidos, as dores alheias. Entre injeções e ataduras, eu preciso de um pouco desse silêncio quase perfeito como o de uma cova vazia. Eu sei que é loucura, mas... vou embora. Não sei. Eu venho aqui todos os dias em busca desse silêncio que é quase como um celibato forçado. É que depois que você partiu naquela manhã de setembro, bem, eu nunca mais me apaixonei. Ontem eu lembrei que há quatro anos você não está aqui e, no entanto, eu não consigo amar ninguém e isso, você me desculpe, mas isso deve estar errado. Todos dizem que está. Eu sei que sim, mas não consigo.Eu até quero, mas não acontece, você compreende? Só que é assim. Eu decidi que vou embora. Não venho mais a essa capela. Vou buscar esse silêncio que me fascina em outro lugar que eu ainda não sei qual é. Depois eu aviso pra mãe porque se eu falar agora ela vai se acabar em desespero. Então, depois eu vou para esse lugar que ainda não sei qual é. Precisa ter silêncio lá. Precisa ter liberdade e luz. E se anjos existirem por certo não possuem asas de concreto, não é? Nesse caso eu quero ouvir o farfalhar dessas asas e sentir o cheiro da vida como nunca senti. Que o tempo se escoe, já não me importa. Só quero o silêncio, como um surdo, o silêncio de onde eu possa morrer de mim mesma quando eu quiser e isso não vai doer, vai?

Prece

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Acompanhar esse blog

Acredito ser legal essa ideia de acompanhar um blog. Já estou acompanhando alguns. Se você é meu visitante, insira-se ali do ladinho, acima da minha fotona. Eu adoraria tê-los como seguidores do Carpe Diem!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

O proibido

"Eu gosto dos que têm fome. Dos que morrem de vontade.
Dos que secam de desejo. Dos que ardem..."
Adriana Calcanhoto

Subiu-lhe um calor pelo pescoço. E ele nem a tocou. Mas ela, sapiente, intuia nele o desejo. Olharam-se brevemente. Era preciso aliviar aquele calor que agora virava suor. Abreviar o encontro. Demover-se da vontade, do espasmo que lhe tomava conta de um jeito nunca sentido. Era ele, que - bendito - chegara mais perto. "É o mesmo perfume", ele disse, vontade de morder-lhe o pescoço suarento. Feito um vampiro, ela pensou. Era o que mais desejava na vida. O amor mefistofélico, arrebatador e sórdido de um vampiro. Ele recuou e ela pode retesar-se um pouco, pois parecia desfalecer. Ele carimbou os documentos e os devolveu a ela, que, sentida, retirava-se vagarosa. "Teu perfume fica aqui agora. É tua presença invisível", ele disse com a voz um pouco rouca por tentar não ser ouvido. Ela se voltou, mais inebriada ainda. Sorriu. Ela sabia que, mais dia, menos dia, ele não iria aguentar aquela espera. Iria jogar-se sobre ela com ternura e voragem. Porque era isso que esperava dele, volúpia. Como na primeira vez. A vez proibida.

Lembranças dela

Nesse dia branco, o sol se escondeu. Ela sabia que nesses dias a gente fica mais para dentro. Sentou-se no chão da sala e abriu a caixinha que havia encontrado outro dia, no armário. Guardada há anos, ela continha recordações. Talvez porque o dia fosse assim branco, assim parado, ela resolveu remexer no passado. A cada foto que retirava da caixinha surgiam lembranças únicas, nem sempre boas, nem sempre ruins. Por vezes brancas como o dia. Viu aquela foto um tanto artística, em preto e branco, em que estavam lado a lado olhando para uma mesma direção. Pareciam tão absortos. Então ela soube: até ali eles ainda se amavam. Quando encontrou a foto dele, também P&B, à máquina de escrever, com um cinzeiro do lado e muita fumaça envolvendo o ambiente, viu o quanto ele era sozinho. Uma foto noir para alguém misterioso como ele. Cheio de segredos que ela nunca soube ou ousou desvendar. Olhou as fotos uma a uma e evitou qualquer lágrima. Queria apenas ter certeza. Aquele já não fazia parte de sua vida, embora guardasse os registros de tantos anos juntos. Por não saber se desvencilhar do passado foi que colocou a caixinha no mesmo lugar de antes. Precisava das lembranças acumuladas em papel. Fragmentos de uma vida. Apenas isso. Contudo jurou que um dia, não tão branco quanto este, irá dar sumiço no passado e aí sim, será completamente livre como nunca imaginou.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Thomas Mann

A solidão mostra o original, a beleza ousada e surpreendente, a poesia. Mas a solidão também mostra o avesso, o desproporcionado, o absurdo e o ilícito.


segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Trocar a alma de casa

Tenho esse amor correspondido que me abre para as janelas interiores. Tenho essa vida que me tonteia, absorve, gruda. Não há como livrar-se do amor e da vida. E quem quer realmente isso? O mistério do que está por vir mistura-se à quentura do agora-já. Momentos em que nos lançamos para muito além de nós mesmos. Vamos em direção ao Outro. Esse amor correspondido não me acomoda, atiça. Fico em chamas. A vermelhidão do amor correspondido é diferente daquela da paixão que arrebata e se exclui em algumas semanas, meses. O bom desse amor de que falo é que ele nos dá comprometimento. Palavra essa que as pessoas evitam constantemente. Comprometer-se é também doar-se ao Outro. Nem todos estão preparados. Como dizia Quintana: "Amar é trocar a alma de casa".

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Guimarães Rosa

Deus nos dá pessoas e coisas,
para aprendermos a alegria...
Depois, retoma coisas e pessoas
para ver se já somos capazes da alegria
sozinhos...
Essa... a alegria que ele quer

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Televisão


"A televisão me deixou burro, muito burro demais"
Titãs




O estranho de tudo não é a vida contemporânea. O estranho de tudo é que assistimos a tudo muito crédulos, muito matutos ainda. "Se deu na televisão, é verdade". A frase do filme O Quarto Poder, sempre me vem à mente nessas horas. Percebo as pessoas envolvidas com o olhar televisual de um modo assustador. Compram TV de plasma para assistir o JN. Quanta ingenuidade existe ainda nesta urbe conturbada? Ingenuidade tosca, sempre um pouco burra. Sou daquelas que concorda com Groucho Marx: "Considero a televisão muito educativa. Cada vez que alguém liga a TV na sala vou para o quarto ler um livro". O máximo que consigo é zapear por uns cinco minutos ou dez. Se encontrar um filme bom, não dublado, aí posso parar o controle remoto. Mas isso é tão raro! Temos uma programação de TV que é de uma infelicidade que eu por vezes penso em me desfazer da que tenho na sala. Mas, não sejamos tão radicais, porque preciso assistir meus filmes em DVD. Então ela vai ficando ali, com uma utilidade mais criativa que é a do mundo cinematográfico. O que me apavora mesmo é que as pessoas devoram os programas mais bestas do mundo como se fosse um deleite ficar horas ali, vendo porcaria. Estou cansada de ir visitar alguém (sempre marco o encontro por telefone) e chegar na casa da pessoa e ela estar na frente da TV. Pior, ela fica ali, enquanto conversa comigo. É quase um insulto.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Respirar, inspirar, expirar

Os sinos dobram. Ouço cada badalar como se fosse um canto de alguém muito choroso. Hoje é sexta-feira 13 e tudo ao meu redor queima de luz e satisfação, enquanto rolo no chão de uma tristeza tensa. Purgada na dor que vem quando o meu olhar encontra o vazio. Não é de se lamentar. Cada vez que isso acontece eu sei que nasço outra. São talvez, dores do parto de mim mesma. Da vontade de crescer rápido e ser gente grande para entender o ininteligível. Preciso me permitir algumas coisas bem básicas mas ainda não me concedo essa permissão. No momento, creio que preciso apenas ser e isso é o suficiente. Respirar, inspirar, expirar. "Gostar de estar vivo dói", avisou Clarice. Talvez esteja aí o meu dilema. Respirar, inspirar, expirar. "A mente quieta, a espinha ereta"... mas o coração, esse está intranquilo... Hoje não há um lindo estribilho.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Acontece

Acontece. Acontece de a gente ter um amigo leal que não nos esquece e indica a gente para escrever sobre o que a gente mais gosta: cinema. Marcos Kirst é o nome dele. Acontece de a página da gente ficar tão bem diagramada que a gente se sente no topo do mundo. Marli Superti é a responsável por isso. Acontece de a gente ficar quebrando as ideias para ver se repete o feito. Será que na segunda edição me saio tão bem quanto na primeira? Acontece de se ter sorte, vontade e muita fé para ultrapassar o feito. Pronto. Daqui pra frente tudo na minha vida mais que acontece.

Estreia

Estreei essa semana na revista Acontece Sul, aqui da Serra Gaúcha. Tenho agora uma página de Cinema pela frente, todos os meses. E estou bem feliz, já que meu chão é mesmo escrever. Analisar filmes semioticamente ou apenas comentá-los é o viés dessa página que, acreditem, eu ainda não vi!!! Estou morrendo de curiosidade. Espero que a revista chegue logo aqui em casa. Ah, sim, escrevi sobre Blindness (Ensaio sobre a Cegueira), de Fernando Meirelles baseado em livro homônimo de José Saramago. O filme chegou às locadoras há pouco.

Na telinha

Hoje, se você for daqui de Caxias, RS, vai poder me ver na UCS TV. É. Fui entrevistada pela Adri Antunes (Temporário-Permanente) para o quadro dela no programa Persona que vai ao ar às 21h. Ela veio aqui em casa e conversamos sobre filmes de terror. Foi muito legal. Mas bom mesmo foi estar pertinho dela, ver aqueles olhinhos que brilham o tempo inteiro, cheios de uma gratidão pela vida que eu acho que ela nem percebe.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A carta

No papel amarelado a mensagem. De tão antiga, fisgou-lhe um olho que, arregalado, viu os pertences de outro. A letra era febril. O conteúdo, mágico. De que época? Em que vão se escondera até agora? Não fosse o acaso e o papel amarelado a que damos o nome de carta estaria para sempre perdido. Leu e releu. Tresleu. Parecia cheia de fome daquelas palavras sinuosas, perfeitas. Nenhuma data. Melhor assim. Mas havia a assinatura, desconhecida. O papel amarelo tirou-lhe o fôlego de tão antigo que era. Escrito com aquelas canetas tinteiro com uma peninha em cima. Só podia ser. Incrédula, bebeu um pouco de Amarula. Pensou que combinavam bem, a carta e a bebida. Dobrou-a como a encontrou, a carta, e depois. Esquisito, não havia mais o depois.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Pensar põe a gente doido. Tem tanta coisa sem explicação que fico tentando entender o que não tem entendimento. Queria ter um coração não esmaltado pra não machucar assim fácil.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Flores de pessegueiro

Pensei em flores de pessegueiro mesmo sabendo os frutos prontos. O verão traz o doce sabor das frutas que mais gosto. Distribuo sorrisos, fico mais condescendente. Olho nos olhos do meu interlocutor. Escuto o que é dito e sinto o cheiro um pouco picante dos morangos sem chantilly. Porque hoje é sábado dá vontade de flertar com a insônia, já antecipando a noite que virá. Ler, escrever, rever um filme. Porque é sábado também sinto saudade daquelas tardes modorrentas de Santa Maria, em que eu visitava umas amigas alemãs e tentava em vão aprender a dizer alguns palavrões. Com elas aprendi a tomar chá sem açúcar. Com elas aprendi que a vida passa rápido demais porque crescemos assim, do nada, como um pessegueiro que de repente rebenta em mil florezinhas. Depois virá o fruto. Eu não dei frutos, apenas flores. Delicadas e cheirosas. Muito delicadas. Passa o tempo e a gente se acostuma a ser assim. Mas a delicadeza não é sinônimo de fragilidade. Se as florezinhas não são assim tão resistentes, existe todo o resto, que sustenta a planta.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Atrapalhada

Eu decidi: vou escrever sobre A Troca, com Angelina Jolie dirigida por Clint Eastwood. Mas agora me faltam palavras porque (que feio) fiquei comparando-a ao Brad Pitt em Benjamin Button. Detesto isso. Então só consigo dizer que ela arrasa como uma mãe que tem o filho trocado pela polícia. Linda e singela, ou forte e misteriosa, Jolie faz um trabalho competente com um diretor exigente pra caramba. E o Clint aliás está com um filme dele também nas salas. Já vi o trailer e gostei porque é o clichê que ele sempre representou nas telas: homem durão e impassível que atira com sua arma de vez mais quando! Suspiro. Não estou satisfeita pois o comentário nasceu torto. Vamos falar de outra coisa? Pode ser amanhã que é sábado e sábado a gente sempre tem umas certas idéias?

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Literatura virtual

Escreve?Então dê uma olhada no
Pode ser uma oportunidade legal do novo autor ser "lido" por muita gente. Como curiosidade vocês vão encontrar um conto meu lá chamado "O Coração Dele". Eu adorei a experiência!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Benjamin Button


F. Scott Fitzgerald sempre foi dos meus autores preferidos. Há muitos anos (ponham tempo nisso), assisti Suave é a Noite, baseado na obra do autor. Lembro de não ter gostado. Fui ver O Curioso Caso de Benjamin Button e me deparo com a seguinte realidade: a história é do meu amado Fitzgerald. Brad Pitt (sei que tem gente que torce o nariz para ele) está impressionante como Benjamin. Fico temerosa, não quero entregar o filme, logo vou dizer o que importa: larguem tudo o que estiverem fazendo e fiquem 2h45min no cinema porque vale cada minuto. O filme é envolvente desde o começo e a gente nem sente o tempo passando. Vá e confirme!! Ah, o diretor é David Fincher. Precisa dizer mais?