quinta-feira, 31 de julho de 2008

Jorge Drexler

12 Segundos de Oscuridad

Gira el haz de luz

para que se vea desde alta mar.
Yo buscaba el rumbo de regreso
sin quererlo encontrar.

Pie detrás de pie
iba tras el pulso de claridad
la noche cerrada, apenas se abría,
se volvía a cerrar.

Un faro quieto nada sería
guía, mientras no deje de girar
no es la luz lo que importa en verdad
son los 12 segundos de oscuridad.

Para que se vea desde alta mar...
De poco le sirve al navegante
que no sepa esperar.

Pie detrás de pie
no hay otra manera de caminar
la noche del Cabo
revelada en un inmenso radar.

Un faro para, sólo de día,
guía, mientras no deje de girar
no es la luz lo que importa en verdad
son los 12 segundos de oscuridad.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Truman Capote

"As palavras sempre me salvaram da tristeza".

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O dia de Clarissa

Clarissa estremeceu. Nunca tivera olhos de cigana, oblíguos e dissimulados. Mas, talvez para ele... Clarissa sentiu também um calor subir pelo estômago e engasgar ali, na garganta. De onde devia sair um "oi tudo bem", "olá, como vai?" Pensou se estava bem de vermelho, com o cabelo solto à espreita do vento suave. Ele a viu, finalmente. "Me perdoe a pressa", ela quis dizer antes mesmo de se cumprimentarem. Era só uma espécie de medo-susto. Tanto tempo. Ele ainda ia sentir o seu perfume como antes? Ele a olhava como sempre. Ela, então, entendeu: aquela pressa era um ardor, um coração selvagem ali batendo dizendo: "eu quero". Sendo que esse querer é o indizível agora e para sempre. Porque não mais aqueles braços. Não mais aqueles lábios. Clarissa entendia tudo em um segundo quando o sol iluminou o rosto dele e ela percebeu que o seu cabelo havia sido cortado de pouco. A face sedenta recebeu um beijo, dois, mais. Clarissa queria mais, ela é sempre tímida e arrebatada ao mesmo tempo, nunca entendendo bem esses enlaces. Afinal, se despediram. Ela atravessou a rua e não olhou para trás a fim de não saber do medo-susto de, por acaso, vê-lo indo embora, assim, sem mais aquela.

terça-feira, 22 de julho de 2008

Tantas Palavras - Chico Buarque

2ª versão*
Tantas palavras
Que eu conhecia
Só por ouvir falar, falar
Tantas palavras
Que ela gostava
E repetia
Só por gostar

Não tinham tradução
Mas combinavam bem
Toda sessão ela virava uma atriz
"Give me a kiss, darling"
"Play it again"

Trocamos confissões, sons
No cinema, dublando as paixões
Movendo as bocas
Com palavras ocas
Ou fora de si
Minha boca
Sem que eu compreendesse
Falou c'est fini
C'est fini

Tantas palavras
Que eu conhecia
E já não falo mais, jamais
Quantas palavras
Que ela adorava
Saíram de cartaz

Nós aprendemos
Palavras duras
Como dizer perdi, perdi
Palavras tontas
Nossas palavras
Quem falou não está mais aqui
Inquieta, mais do que nunca. Olho o relógio, refaço as horas. Não conto para trás. Espero uma brecha no tempo e aí sim, fico muda de felicidade. Espero. Sorrio. Olho em volta e vejo que as coisas são mesmo incoerentes e que não há sapato para todos. Sigo o dia que traz um sol clarinho, desbotado. Sigo o meu coração apressado. Tudo se faz como uma pequena e doce aventura, com sabor de vida, assim, bem na ponta da língua.

domingo, 13 de julho de 2008

Teu Nome Mais Secreto

Só eu sei teu nome mais secreto

Só eu penetro em tua noite escura
Cavo e extraio estrelas nuas
De tuas constelações cruas

Abre–te Sésamo! – brado ladrão de Bagdá

Só meu sangue sabe tua seiva e senha
E irriga as margens cegas
De tuas elétricas ribeiras,
Sendas de tuas grutas ignotas

Não sei, não sei mais nada.
Só sei que canto de sede dos teus lábios
Não sei, não sei mais nada.

Adriana Calcanhotto

Composição: Waly Salomão

sábado, 12 de julho de 2008

Hoje foi um dia bacana. De sacudir a poeira e comer tolices jurando que é a última vez. Os gatos miando pela casa, um sol rasteirinho, breve, breve. E eu com saudade de alguma coisa ainda não descoberta. Com vontade de abrir o coração e falar falar falar. Hoje foi um dia lilás, você entende? Lilás. Enquanto isso, tudo passa...