Esse espaço aberto
como uma ferida
Esse vão no qual
me escoro
E corro e grito e fico
desarvorada na dor
no mistério da dor
na sua estética de Munch
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Errar é útil
Sofrer é chato
Chorar é triste
Sorrir é rápido
Não ver é fácil
Trair é tátil
Olhar é móvel
Falar é mágico
Calar é tático
Desfazer é árduo
Esperar é sábio
Refazer é ótimo
Amar é profundo
E nele sempre cabem de vez
Todos os verbos do mundo
Abraçar é quente
Beijar é chama
Pensar é ser humano
Fantasiar também
Nascer é dar partida
Viver é ser alguém
Saudade é despedida
Morrer um dia vem
Mas amar é profundo
E nele sempre cabem de vez
Todos os verbos do mundo
Volver a los diecisiete
después de vivir un siglo
es como descifrar signos
sin ser sabio competente,
volver a ser de repente
tan frágil como un segundo
volver a sentir profundo
como un niño frente a Dios
eso es lo que siento yo
en este instante fecundo.
12 comentários:
Aproveitando Munch, p título poderia ser O Grito
É verdade bem q podia ser "O Grito".
Bjos.
esse espaço aberto é uma ferida, e a espreita de uma nova possiblidade, mesmo que doa, que o egrito reverebera sem barreiras de tempo e espaço. é esse o mistério da vida: doer e se querer mais. bjs
Oi beto, engraçado, pensei em colocar o título da obra do Munch, mas daí achei que ficaria...sei lá, meio óbvio, não sei.
Beijo e saudade
Carpe Diem!!
Oi Franzé, pois então, é o que falei para o Beto. Fiquei na dúvida.
Beijo
Carpe Diem!!
Bem colocado, Glorinha: doer e se querer mais, por isso insistimos, continuamos, enfim.
Beijo grande
Carpe Diem!!!
A dor como estética de Munch me deu um nó na laringe. Talvez seja pelo fato de terem me arrancado as amígdalas quando eu tinha onze anos, já que as ditas eram muito grandes. Mas eu acho que essa ferida de possibilidades que a própria ausência de amígdalas me proporcionou, uma vez que não há muito o que separe minha língua das minhas cordas vocais, encontra eco neste seu poema, o que talvez soe como mera verborragia e relação teoria/prática de mesa de boteco. Porém, talvez também seja a razão de eu tanto falar, seja por aqui seja para os que me rodeiam. Entretanto, é o que pela cabeça me passa agora, com os olhos querendo as remelas que não podem ter. Aliás, tenho um aluno de Direito que é seu ex-aluno em uma das cadeiras de Jornalismo. Pra ti ver como o mundo é pequeno - um ovo, como diz um amigo. Um beijo, Biba - e não fique com essa estética de Munch por largo espaço, seja na laringe real ou onírica, porque isso gera uma sucessão sem fim de barbitúricos e afins, tá? (E sim, hoje estou emotivo pra caramba.)
Du, pode deixar, não vou ficar muito com a estética de Munch, senão começo a chorar sem parar mais, feito Alice, lembra? A do País das Maravilhas, ela alaga o quarto, se bem me lembro. Quanto a estar emotivo, é bom, porque você é bastante racional, não é? Talvez não seja bem assim. Esse mundo é um ovo mesmo. Quem é este aluno de quem você falou? Fiquei curiosa.
Beijão,
Carpe Diem!!!
biba,amei! tenho a impressão de que todos os gritos de todas as dores humanas e de toda natureza concentram-se numa "cara sem nome". a razão parece não compreender isso, o conheciemnto é limitado. me vem à mente agora o pensamento mítico. divagação minha.
bjim e paz
É isso mesmo Ira, gostei do que você disse. Adoro suas divagações, viu?
Bjim
Carpe Diem!!
Ótimo poema.
Beijo
Que bom que gostou, Fred. Volte sempre!!
Carpe Diem!!!
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