Ela me disse isso: "Intenção, atenção e nenhuma tensão". Perguntou se eu entendia. Ela estava maníaca, língua solta, gestos largos. Foi a primeira vez que a vi e provavelmente seja a última. Nossos dias e horários são diferentes, mas essa semana ela se enganou e foi no meu. Ela estava tão louca que eu só soube concordar. "Você acredita em Deus?". Sim, eu disse meio baixinho. "Ainda bem!!" Fiz que sim com a cabeça e me perguntei porque ela estava ali, naquela poltrona esperando que ele abrisse a porta se era para mim que ela seria aberta. Fiquei confusa por um instante. Talvez eu é que tivesse errado o dia e a hora. Mas não, era ela, lendo em voz alta para mim um livro de auto ajuda. De repente, chega uma mulher mais velha e igualmente alterada. Olhos arregalados, bufando por ter caminhado muito. Pensei: a coisa está ficando pior. Elas conversavam, mesmo tema: "Intenção, atenção e nenhuma tensão". Foram alguns minutos que pareceram horas. Então, porta aberta, olhar inquiridor, ele disse que o horário dela era mais tarde. Bem mais tarde. Foram-se as duas. Entrei.
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6 comentários:
Esse texto me parece que clarifica um pouco o que é a confusão da própria vida.
Sim, a vida é feita também dessa confusões, concordo.
Abraço,
Carpe Diem!!
É estranho o pensar da maioria das pessoas.
Cada um vem para um curto tempo na terra.
Sem saber o por quê, tentando achar um propósito para a sua existência.
De uma coisa tenho a convicção.
O homem tá aqui determinado pelos seus genes.
Que selecionados pela natureza sobreviveram as intempéries da vida.
Errando e acertando aleatoriamente adaptaram-se ao meio.
Gostei muito do seu comentário, Franzé. E a vida é curta mesmo.
Beijos,
Carpe Diem!!
Eu também estive nesse texto. Já entrei por uma porta e falei de minha vida e entendi, aos trancos, que nada se resolve por fora se dentro de mim há um caos absurdo.
letícia é isso, um caos absurdo. Você expressou muito bem o que eu tentei dizer no texto.
Beijo e carinho
Carpe Diem!!
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