Um livro nos liberta e consome. Quando falo isso me reporto às inúmeras vezes em que fiz revisões a pedido da editora. São manhãs, tardes, vespertinos. Qualquer hora é disponível para um acerto aqui outro ali. Mas liberta na hora da escritura. Quando deixamos o mundo de lado e só escolhemos as palavras que melhor digam aquilo que ousamos entender do outro. Nesse caso, o outro é alguém muito famoso e complexo: Caio Fernando Abreu, cuja intimidade com a pesquisa me revelou sua assinatura em cartas, Caio F. Passei logo a tratá-lo assim, como alguém que estivesse tão próximo que seria incômodo não lhe ser também próxima. Nunca sonhei com Caio e isso me parece estranho, uma vez que minha convivência com sua obra não vem só desses dois anos de pesquisa. Conheci Caio pessoalmente, em Santa Maria, minha cidade natal. Eu tinha então 19 anos. A menina cresceu lendo a obra do lendário escritor que dizia ter um "defeito de fabricação". Ele se referia ao estar no mundo, ao deparar-se com a vida tão crua e não saber o que fazer dela. A menina sentia-se assim também. E, embora tenha crescido, continou sua busca pelo tom exato da existência até descobrir que este inexiste. Fazemos o que fazemos porque amamos e sobrevivemos. Criou-se um laço entre a leitora e o escritor que apenas sorriu para ela e autografou os livros à época. Um laço, uma sintonia que as palavras de seus textos conseguiam enredar. Esse livro que agora lanço sobre a tessitura imagética de Caio F. é como uma homenagem. Mais, é como um tributo. Mais, é como amor sendo doado sem reservas.
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12 comentários:
O que se faz por amor e com amor é sem palavras...
Bjos menina linda.
Imagino esse amor. Leio Caio Fernando Abreu e busco uma forma de ver o mundo que ele construiu. Imagino sua experiência ao escrever seu livro, Biba. E que o livro vá longe. =)
Beijos.
Parabéns pelo livro. Infelizmente no Brasil são poucas as homenagens que prestamos àqueles que tornam mais ricas as vidas de todos. Caio Fernando Abreu era uma dessas pessoas. Transformando em poesia o mal estar que o mundo, vez por outra, proporciona, foi embora cedo e deixou de ensinar muita coisa.
Concordo com você Franzé.
Beijos
Carpe Diem!!
Letícia, espero que o livro vá longe e que as pessoas se apaixonem ainda mais por Caio e sua escritura.
Beijo e afeto
Carpe Diem!!
Obrigada Thomaz, suas palavras são muito sábias.
Beijo,
Carpe Diem!!
Sei que to devendo uma visita aqui há muito..rs! Realmente fiquei relaxado, ñ acompanhei mais o teu blog Biba, mal escrevi pro meu, mal escrevi pra mim nesses últimos tempos. Mas hoje me disseram que lançarás uma obra na feira do livro, fiquei muito feliz ao saber disso. Que bom que continuou escrevendo, mesmo. Queria poder pedir um autógrafo lá na sessão, mas não poderei, ficam aqui os meus parabéns e meu pedido de desculpas...rs
Marcelo, tentei contato, mas não consegui. Não tenho mais o seu e-mail. Enfim, a gente vai ficando longe às vezes. Fico muito feliz com sua visita e comentário. Espero que venha mais vezes e que me dê uma "pista" do seu e-mail e blog O meu continua
eulalia_isabel@uol.com.br
Beijo
Carpe Diem!!
Meu blog é 0rbitas.blogspot.com e meu e-mail moura_marcelo@hotmail.com. Nunca fui muito bom em ficar à vista para as pessoas conversarem...hehe! Espero que tu esteja com a mão cansada de tanto dar autógrafos! rs!
Fica bem
Marcelo, foi bem legal o lançamento do livro! Estou muito feliz! Vamos nos falar mais!
Beijo,
Carpe Diem!!
Na segunda aula de faculdade você nos apresentou Caio, lendo um conto dele na sala. Vou me lembrar sempre daquela manhã porque me tornei um grande admirador da leitura de mundo que ele fazia.
Eu tinha 19 anos.
Beijos
CACO
CACO, viu a coincidência? Também comigo foi aos 19 anos. E Caio é para toda a vida.
Seu comentário me fez sorrir de alegria e saudade.
Beijo,
Carpe Diem!!
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