quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Como um carinho

Ela me diz que nossa cabeça deve ser oca como o bambu. Olho para seus olhos tranquilos e ela pergunta de sou de alguma religião porque passo uma paz tão grande. Sorrio meio sem jeito, mas feliz. Já me disseram que transpareço paz, que sou etérea. Para quem busca a harmonia o tempo todo, ouvir coisas assim é como receber um carinho. Escolho o sino de vento de bambu, claro. Persigo a tenacidade embora seja um tanto sonhadora demais. O oco do bambu para nos deixar aclareados. Ideias em branco para podermos vislumbrar mais longe ou ainda mais perto. Difícil saber. Sinto o cheiro dos incensos. A doce música que se espalha pela loja. Pago e saio ao encontro da chuvinha fina. Deixo-me molhar porque isso também parece que nos purifica. Caminho para casa como quem vem de uma festa divertida porém tranquila.

6 comentários:

Franzé Oliveira disse...

O poder das palavras.
O poder de como fala.
De como escreve.
O poder do olhar.
A leveza do ser.
Isso é você, não?
Eu penso que sim.
Adoro sua foto.
Passa uma tranqüilidade.

Beijos com ternura varinha de Bambu. (rsrsrsrs).

Eduardo Matzembacher Frizzo disse...

Cabeças não são ocas. Oco é o mundo que entoca em nossa cabeça a sensação de que somos seus proprietários. Porém, distante de qualquer reflexão que esteja para as órbitas políticas, reside essa garoa à Cortázar, feita de porvir e portanto de sonho - porque é somente do sonho, do seu talhe de pedra e ar, que se pode destilar a vida. Portanto, Biba, ainda que eu não saiba se você é etérea ou não, o que sei é que um carinho, seja no rosto ou naquilo que chamam de alma, faz com que a solidão do pulso de sangue do peito amenize e então nos diga: "calma, tudo, exatamente tudo passará como um arranhão no tornozelo aos dez anos de idade". Um beijo, Eduardo Matzembacher Frizzo (do blog http://insufilme.blogspot.com/).

Lilian disse...

Olá, pessoa virtual querida, que sim, me passa paz...
Ainda mais importante do que transmitir paz, é o fato de vc conseguir recebê-la!
Vivemos em meio à pressa, diante dos automatismos, modismos e técnicas de como ser e viver melhor... Como conquistar mentes, corações... Como se munir para ser incluída, COMO VENCEDORA (rs), nessa sociedade competitiva. Sentir? Sentir-se humana?
Ahhh... para isso não há mais tempo, nem dá ibope e nem provoca admiração!
Ser é confundido com exibir-se. De certa forma, se exibir anula o ser... Mas... parece configurar um padrão perseguido, uma (falta de) escolha (feita?) 'aceita' e semeada...
É a vida, não é a vida...
Ter a cabeça "oca", talvez seja a possibilidade de vc ir morar lá dentro. Depois de liberta das tantas verdades que ganharam vulto através da superficialidade das palavras e imagens mídiáticas.
Oca... onde morava o nosso índio. O essencial, o básico. A natureza nossa de cada dia. Em busca de um tempo de paz em nós. O nosso encontro, reencontro, renascimento, ressurreição. A oca, o oco do bambu... O ventre cerebral.
Os olhos nada vêem, os ouvidos não ouvem. Nosso cérebro, sim, ele dá lugar para q sejam imprimidas às sensações. Ali no oco, na oca do cérebro onde vc foi morar. Onde fui morar, com um mínimo necessário pra começar do meu zero, de meu erro, de meu berro! rs...
Preciso levar algum referencial pra me ajudar na releitura...
Onde menos é mais.
Então: "eu fico com um disco do Pixinguinha, sim, o resto é deles. E levo a carteira de identidade, uma saideira, muita saudade. E a leve impressão de que já vou tarde".
Rs...
Uma Serena Saudade: a cicatriz poética e doce de todas as minhas perdas involuntárias.
Memórias e lembranças(se tanto): a cicatriz ética de minhas perdas consentidas.

Hummm...
Só lhe conheço através desse blog. E, confesso: o que sinto aqui é mesmo parecido com a paz.
Sinto a sua paz.
Sinto a sua paz na minha paz...
E sinto além, quando me permito sentir mais...
Sinto a sua paz, onde ainda em mim era angústia.
E o meu foco, oco de minha oca convida vc para degustar uma água de riacho. Riacho doce.
Riacho do cê.
Ri_acho.
Quando verdadeiramente sou graça e paz, já me possuo.
Venho aqui receber esse seu bem maior, esse seu dom...
Ontem havia perdido a água da minha paz. Vim aqui, deixei chover VC em mim.
Rss...

Grata!
Graça e paz pra vc.
Rs..
bjo.
:o)

Biba disse...

Franzé, obrigada por me ver assim. Simples e tranquila é como tento ser. De sorte que há dias em que dá certo.

Beijo
Carpe Diem!!

Biba disse...

Eduardo, beijo e carinho pra você.

Carpe Diem!!

Biba disse...

Lilian, amei seu comentário, nem sei o que dizer, a não ser obrigada!!

Beijo grande
Carpe Diem!!!