quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Veja, o filete de sangue secou. Daí me ocorreu que estou cicatrizando. É dentro. Faça um esforço para ver. A dor parece que está se desagudizando. Eu ontem ouvi Good By My Lover e consegui não chorar. Até fiquei pensando na dor do James Blunt e não na minha, o que foi tremendamente comovente. O filete de sangue vai ficar guardado, eu sei. Como um prova do crime. Mas não houve um realmente. Houve aquela bobagem toda de entrega e tudo o mais que depois resulta nisso, uma ranhura e um corte profundo. A gente se apega aos discursos do coração e esquece que é preciso coragem triplicada para colocá-los em prática. O amor é isso diria Drummond (sempre tão lembrado por aqui) "hoje beija, amanhã não beija/Depois de amanhã é segunda-feira e ninguém sabe"...

2 comentários:

Anônimo disse...

não creio que entrega seja bobagem. miserável coração que se vai sem cicatriz. miserável de que morre sem ter sofrido de amor.

Biba disse...

Somos todos miseráveis quando a paixão nos desatina e nos tornamos presas de nós mesmos e do outro. Somos todos miseráveis quando a urdidura das palavras nos cega e, felizes, acreditamos: agora eu encontrei o amor... ("poucos querem o amor porque o amor é a desilusão de tudo o mais"). Não, a entrega não é uma bobagem. Foi usada aqui como uma força de expressão. A entrega é o grande movimento da paixão. É como desmaiar de tamanho frenesi.