Às cinco da tarde
Eram cinco em todos os relógios
Eram cinco nas sombras do entardecer
E o touro com seu coração alto
Às cinco da tarde
Quando o suor de neve foi chegando
Às cinco da tarde
Quando a praça se cobriu de lodo
Às cinco da tarde
A morte pôs ovos na ferida
Às cinco da tarde
Às cinco em ponto
Um féretro com rodas é sua cama
Às cinco da tarde
Ossos e flautas ressoam em seu ouvido
Às cinco da tarde
O touro já bufava em sua frente
Às cinco da tarde
O quarto se crispava de agonia
Às cinco da tarde
De longe vinha a gangrena
Às cinco da tarde
As feridas queimavam como sóis
Às cinco da tarde
As pessoas rompiam as janelas
Às cinco da tarde
Ah, que terríveis cinco da tarde!
Eram cinco em todos os relógios
Eram cinco nas sombras da tarde!
Todo o resto era morte e só morte.
quarta-feira, 5 de setembro de 2007
La cogida y la muerte, de García Lorca
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
que poder, que golpe, que morte...
É de tamanha força esse poema que chega a doer. Carpe Diem.
Postar um comentário