terça-feira, 6 de abril de 2010

Um nome

Guardo comigo teu nome escrito numa folhinha de papel. Letra infantil. Lápis colorido. O que é que a gente faz com lembranças que contaminam uma simples caixa de papelão? E que doem um pouco, porque foram boas demais? Você, que guardo no meu coração, já não escreve com canetinhas ou lápis de cor, giz de cêra, essas coisas. Cresceu, casou, mudou de cidade. Nunca mais nos vimos e eu nem sei se você quer lembrar de mim. Mas, sabe, madrinha é coisa pra vida inteira, como pai e mãe, embora queiramos muitas vezes dispensá-los. Eu deixo você me dispensar porque acredito nos direitos humanos. Esse é um deles. Agora vou fechar a caixa griz e permitir a cor do seu nome lá dentro de volta. Deixa lá. Deixa ficar. Também esse é meu direito muito humano.

6 comentários:

Lilian disse...

Oi...
Boa tarde, Biba

Comentando pouco,(tempo escasso)mas sempre lendo vc!
Vc, cada vez mais inspirada e precisa. A realidade encontra em vc uma tradutora cuidadosa e amorosa. Na dose certa, ou quase certa, já q o certo, nesses aspectos literários, me soa como um equívoco.
Sobre o seu post anterior: li algo sobre normalidade num livro de Elizabeth Roudinesco. Se bem me lembro, ela comenta q a normalidade é a maior produtora de loucuras de que se tem notícia! rs...
Tudo certinho obedecendo a um padrão (ditado por quem? rs...), a uma disciplina. Tudo monótono, como um quadro branco. Sem vida, sem ser tocado, borrado, sujo pelas tintas da arte, do artista. A paz não é essa brancura... Paz é exatamente o branco que guarda em si toda a diversidade de cores, e as administra harmoniosamente, a secreta harmonia dos opostos e de todas a diversidade que nos forma, nos dá sentido e abre portas. Cada diferença capturada de forma tranquila, é mais uma saída ou entrada, mais um portal para q nós mesmos possamos tangir o antes intangível em nós e fora de nós. Afinal, somos compostas de vida, da matéria vida. Quer mais diversidade que esse nome: VIDA? Então...rs...
Vida longa para vc...
...
...
bjo.
lila*lilian*

Joana Masen disse...

Direitos humanos também: amar e sentir saudades. E estão diretamente relacionados, não tem jeito.
Bjos!

Caco disse...

Direito humano lembrar.
E direito humano esquecer.

Tão contraditórios, esses direitos humanos. Seriam esquerdos humanos?

Beijos de saudades,
CACO

Biba disse...

Lila, sempre bem vinda ao meu cantinho. Gosto dos seus comentários, já disse, mas não custa repetir.

Beijo grande
Carpe Diem!!

Biba disse...

Joana, é isso mesmo!!

Beijo
Carpe Diem!!

Biba disse...

CACO, beijos de saudade pra você também.

Carpe Diem!!