domingo, 4 de abril de 2010

Aura de magnólia

Coça a nuca, repôe os óculos. Recompõe-se. Segunda-feira. Terça, quarta... os dias se misturam porque há um vazio no tempo que ele não consegue captar. Sua maior ousadia é ser. Ela vai embora. Nele fica uma aura de magnólia, coisa dela. Talvez ela não o visite mais por conta dos lapsos de memória dele. Nunca terá certeza. Mas ele pensa coisas como: "Se a terra se abrisse sob meus pés e eu pudesse me enterrar para que ela não me visse mais eu estaria a salvo de mim mesmo". Dizem que ele enlouqueceu. Não foi na guerra. Não foi na paz. Ele apenas esqueceu como são os dias, quais são ou porquê. Depois foi que ouviu ordens estranhas que obedeceu por ser sempre aquele que fazia tudo certo. Depois ainda, lhe disseram que as vozes estavam erradas e então ele deixou de entender o mundo. Coça a nuca como de costume, enquanto vê que ela se foi. Desta vez para sempre.

4 comentários:

Nine Stecanella disse...

:D

Franzé Oliveira disse...

Todos enlouquecemo um dia, só por um momento. A loucura é a saída da linha reta (imaginária) que nós dar a segurança de sermos normais.
kskspkspskspkspsk

Beijos.

Biba disse...

Oi Nine,

beijo e carpe diem!!

Biba disse...

Franzé, sempre me perguntei sobre isso: normalidade. Continuo cheia de dúvidas...

Beijos,
Carpe Diem!!!