Eles não queriam ler. Relutavam. Lutavam contra um texto acadêmico como quem empurra uma porta emperrada. Eu os vi assim e pensei na secundidade peirciana. Eu os vi assim e fiquei preocupada. Porque ler tem que ser prazeroso, mesmo que seja Edgar Morin. Mas eles lutavam. Eu podia vê-los se afogando em letras, tropeçando em palavras, gritando por socorro. Quietos, eu disse. Quietos. Como se fosse a quietude tudo de que precisavam para entrar no jogo do autor. Eles, enfim se calaram. Deram-se por vencidos e começaram a ler, com a dificuldade de quem dá os primeiros passos, com uma pontinha de curiosidade nascendo, enfim, sobre aquele texto cheio de termos novos, interessantes, mas que não lhes traziam muitas associações, desconfiei. Cai na prova? Cai. Tudo cai na prova. Disseram que estou ficando "malvada"...
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22 comentários:
Continue malvada, pelo bem dos alunos, professora.
Certo Beto!!
Beijão
Carpe Diem!!
Que maravilha! rs! Vamos ler o Pequeno Príncipe para sempre, para que ler artigos e livros de filosofia complicados? Eles só nos trazem ensinamentos valiosos para o resto da vida, assim como o Pequeno Príncipe traz...Mas os artigos e livros complicados são tãããão mais difíceis de ler, temos que nos esforçar pra isso...Não, tá loco, é melhor perdermos todos esses ensinamentos...rs
hehehehe "Cai na prova" é infalível, o melhor método para fazer qualquer aluno ler algo que ele precipitadamente julga ser chato. Talvez até seja, mas é necessário e também não tira pedaço. Na verdade tenho aprendido, como aluna que sou, que requer prática pra deixar de ser chato... Então o negócio é ler e aprender esses termos que parecem completamente fora de sentido ou uma linguagem meio hebraica ao primeiro olhar.
Beijos prof!
hehe, 'malvada'
quando é aula que gosto (que não tenha nada de calculos e hipotenusa)
a pergunta mais irritante que sempre tem um pra 'lembrar' é essa: 'cai na prova?' ¬¬
parece coisa meio de c.d.f, mas fico muito braba e aí sim que penso 'tomara que seja beeem dificil'> pensamentos malvados (666)
eu como professora, sei da recorência dessa indagação. Assim mesmo devemos é que responder, vc. é uma boa malvada...bjs
Olá Biba. A leitura é o motriz do pensamento. Também penso isso com relação aos meus alunos. O pior de tudo é que além de ler, eles tem preguiça de escrever. E se fosse apenas preguiça, tudo bem, mas o fato é que a escrita é deveras deficitária. O que podemos fazer diante disso? Como lutar contra pais que mandam os filhos ler e estudar enquanto ficam assistindo a novela das oito e tomando cerveja? Por mais que nós, professores, queiramos fazer o possível e o impossível para ensinar, a vale comum daquilo que os alunos trazem da vida invariavelmente afeta tudo quanto estes mesmos alunos irão tentar compreender na esfera acadêmica. Não adianta pôr a culpa na escola. Não adianta pôr a culpa no governo. Se os textos são complicados, mais complicado ainda é não compreendê-los, é não utilizar a maravilha da inteligência para ultrapassar as fronteiras do que sabemos e angariar fundos para o futuro daquilo do que um dia iremos desconfiar. Entretanto, sejamos malvados, pois apenas assim, nem que seja à base de planchaço de facão, poderemos mudar alguma coisa. E sim: voltei ao cultivo internáutico. Te espero lá no INSUFILME. Um beijo, Eduardo.
que saudades e-nor-me me deu das tuas aulas agora.
quero voltar pra sala de aula. da biba.
bjs
Oi marcello (com a pronúncia do mastroianni, que tal?), achei bem legal a sua "brincadeira" com O Pequeno Príncipe. É por aí que se caminha se a gente não dá uns safanões vez em quando.
beijo,
Carpe Diem!!
Daia, é isso mesmo, assimilar os termos novos, ler, gostar de ler e se afeiçoar a esse hábito, assim como o de escrever.
Beijão,
Carpe Diem!!
Adr.PK, eu sempre acho bom rezar para que seja difícil, mesmoooooo. Eu quando era aluna estudava pra caramba, lia horrores e achava pouco. Nas provas queria ser confrontada com a minha inteligência.
Nada como pensar, não é mesmo?
beijos,
Carpe Diem!!
Obrigada Glorinha, adorei essa de ser uma boa malvada!
Beijos,
Carpe Diem!!
Sempre tive um grande problema em ler coisas "obrigadas" e que caíam em provas. Preferia ler uma "indicação" do professor e depois me dar bem (ou não) nas provas, rs.
É a vida... e é bonita!
Não sei se saudades sua, ou saudades desse Carpe Diem, mas venho aqui com muita sede, sede de saber de tudo que se passou por aqui, de tudo que tem passado por esses dias desse maio iluminado.
Um beijos e muitos abraços.
CACO, como profe eu quero que meus alunos voem alto, mas confesso que alguns deles eu gostaria de ter sempre por perto. Você é um deles. E sinto muuuuuuuuuuita falta de alunos como você.
Beijo enorme
Carpe Diem!!!
Edu, muito bom o seu comentário, concordo. E, melhor ainda, é tê-lo de volta ao Carpe Diem!!
Beijos!!
Sara é assim mesmo, né? No geral, ninguém gosta de nada obrigatório, mas é a vida...
Beijinhos
Carpe Diem!!!
Danúbio, querido, esse maio iluminado te traz ao meu cantinho com sede de saber o que se passa e isso é bom. Ter sede pelo Outro. Querer entender tudo. Fazer suas escolhas, enfim. Também sinto saudade de você como aluno, sabia?
Beijos,
Carpe Diem!!!
Danúbio, esse maio iluminado nos faz viver mais abundantemente. Venha aqui,sempre, com fome e sede de querer saber tudo de tudo. Ah, se eu pudesse responder!!!
Beijos,
Carpe Diem!!!
Hehehe...não adianta...eu sou tomado pela nostalgia...esse texto me lembrou os idos de 99 e a turma de estética que tinha aulas no sábado. Nunca tivemos amostras da sua malvadeza Biba, mas as aulas eram ótimas!
Abraçããão!
Alan, jamais esquecerei aquela turma de Estética de 1999, pois vocês eram meio que iluminados, sabe? Tão inteligentes e atuantes em aula. Nunca precisei ser malvada com vocês, pois me reservaram muitas alegrias com aqueles trabalhos em grupo, lembra?
Beijos,
Carpe Diem!!!
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