segunda-feira, 30 de julho de 2007

Quando se está triste, querendo viver o mais para dentro possível, a escolha certa é assistir um filme de Ingmar Bergman. Pensava nisso quando soube de sua morte, aos 89 anos. Vieram-me imagens de Gritos e Sussurros. Vermelho, intenso, brutal para as almas mais amenas. Em Bergman nada era fácil, mas sim dissimulado, intimista, profundo. É hora de rever O Sétimo Selo, Morangos Silvestres e tantos outros, como uma homenagem a um cineasta que captou na tela o olhar humano mais verdadeiro. Generoso, ele deixou-se levar pela intensidade dramática sem jamais ser piégas. Bergman é para iniciados. Iniciados na vida e na sua mais extenuante tortura: a do próprio viver. Para sua obra cabe a frase célebre de Clarice: "Gostar de estar vivo dói".

Nenhum comentário: