segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Nunca quis fugir com o circo da cidade. Só queria ser a trapezista por uma noite. Nunca quis uma porção de coisas, não pedi por elas, mas aconteceram. Enquanto é carnaval e todos se ligam na folia, eu me recolho. Mas, quando era criança queria muito ir a um baile de carnaval porque achava lindas as marchinhas que meu avô cantava. E tinha confete e serpentina. Queria ficar impregnada deles, cabelo, rosto, roupas. Tudo tão colorido e alegre. Nunca fui para a folia, no entanto. Lia um bom clássico e ficava tudo bem. Sempre assisti à entrega do Oscar e este foi o primeiro ano em que não fiz isso. As coisas mudam. Agora posso ver o resultado no UOL logo cedo. Ah, mas não é igual! Não. Mas tive uma ótima noite de sono, apesar do calor intenso. E, felizmente, os atores que ganharam estão entre os meus preferidos. O mundo virtual ganha força, nos impele até a um certo comprometimento com ele. Todos os dias nos plugamos para ler/escrever em nossos blogs. Continuo atenta ao que acontece no entorno e gosto muito pouco do que vejo. Sinto que o mundo é uma circunferência enferrujada pelo tempo. Continuo querendo ser trapezista por uma noite e isso significa que ainda acredito em algumas ilusões. Contudo, reteso em mim esses pequenos sonhos de menina porque a graça toda de viver está justamente em não ter feito certas coisas e ter optado por outras, ou, ter sido arrastada por elas. As coisas mudam sim, o tempo todo. "Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia", avisa Lulu.

2 comentários:

gloria disse...

bom dia Biba. estou no topo da montanha, cinrcundada de verde e neblina. os pássaros me acordam e me velam. libélulas de todos os jeitos me visitam e desenham paredes, portas e janelas. eu sei que o mundo é um tanto do que carregamos né? minha folia é sentir o lugar tomando minhas formas. de verde e luz. aqui toca 'clareia, manhà, o sol vai esconder a clara estrela cadente...". ele desponta por detrás de nuvens espessas. eu também quis sempre trapezista. deixar-se cair e ter braços seguros tomando o corpo no curso livre da queda. e nào somos? as palavras, os amores, os fios de afetos nos vinculam e nos salvam. um abraço daqui de cima, plantado de ternura.

Biba disse...

glória, querida, estar junto à natureza é o melhor que há. Aproveite cada minuto. Sim, eu pensei nisso depois de escrever, que na verdade somos trapezistas na vida.
Gostei muito do seu comentário, cheio de poesia.
Beijo e carinho
Carpe Diem!!!