segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Ganhei livros. Uma vontade enorme de estar em férias para poder ler sossegada. Ganhei amigos. Queria ter mais tempo para eles que iniciam agora seu percurso em minha vida. Não ganhei uma porção de coisas que eu queria, mas tive dádivas que não se trocam por nada: livros e amigos. É bom conviver com eles.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Normalidade

O sol brilha e faz um calor de Macondo. Ouso sorrir e vejo que é bom. Ouso sonhar coisas impossíveis e vejo que há alegria nisso. Já não me perturbam as animosidades, as tristezas. Uma vez, alguém me disse guerreira e não acreditei. Hoje vejo que sim. Venço uma batalha por vez. Capitulo, às vezes. Mas sempre volto renovada desse lugar de desesperança provisória.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Sim, ainda estou aqui. Reclusa. Triste. Assoberbada. Mas os dias vão fazendo voltas sobre eles mesmos e a gente se enreda e desenreda o tempo todo. Dias desses teço uma teia bem linda...

sábado, 21 de novembro de 2009

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Índios

Composição: Renato Russo

Quem me dera
Ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro
Que entreguei a quem
Conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se alguém levasse embora
Até o que eu não tinha

Quem me dera
Ao menos uma vez
Esquecer que acreditei
Que era por brincadeira
Que se cortava sempre
Um pano-de-chão
De linho nobre e pura seda

Quem me dera
Ao menos uma vez
Explicar o que ninguém
Consegue entender
Que o que aconteceu
Ainda está por vir
E o futuro não é mais
Como era antigamente.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Provar que quem tem mais
Do que precisa ter
Quase sempre se convence
Que não tem o bastante
Fala demais
Por não ter nada a dizer.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Que o mais simples fosse visto
Como o mais importante
Mas nos deram espelhos
E vimos um mundo doente.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Entender como um só Deus
Ao mesmo tempo é três
Esse mesmo Deus
Foi morto por vocês
Sua maldade, então
Deixaram Deus tão triste.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!
Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do iní­cio ao fim.

E é só você que tem
A cura do meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Acreditar por um instante
Em tudo que existe
E acreditar
Que o mundo é perfeito
Que todas as pessoas
São felizes...

Quem me dera
Ao menos uma vez
Fazer com que o mundo
Saiba que seu nome
Está em tudo e mesmo assim
Ninguém lhe diz
Ao menos, obrigado.

Quem me dera
Ao menos uma vez
Como a mais bela tribo
Dos mais belos índios
Não ser atacado
Por ser inocente.

Eu quis o perigo
E até sangrei sozinho
Entenda!

Assim pude trazer
Você de volta pra mim
Quando descobri
Que é sempre só você
Que me entende
Do início ao fim.

E é só você que tem
A cura pro meu vício
De insistir nessa saudade
Que eu sinto
De tudo que eu ainda não vi.

Nos deram espelhos
E vimos um mundo doente
Tentei chorar e não consegui.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

O espelho

Quando olhou através do espelho, porque foi através mesmo, viu alguém do outro lado, no fundo. Alguém agachado, escondidinho. Quis tocar a superfície para ver se a mão alcançava o outro. Teve medo. Premonição de algo terrível que só os espelhos proporcionam. Lembrou de Borges, Cortázar, Poe. Como é que a imagem dele era aquela e não... a dele? Aquele ser enrodilhado era ele também? O que deveria fazer, aflito, no meio da noite, vendo uma imagem sofrida no espelho? Esperou um pouco, talvez ele levantasse e os dois trocassem um olhar de cumplicidade. Quem sabe o outro era ele mesmo e se descurvasse a qualquer momento. Ouviu um gemido, como o de uma criança chorando. Finalmente tocou a superfície gelada do espelho e esperou. Nada aconteceu. Apenas viu que o outro soluçava. Fechou os olhos por alguns segundos. Ao abrir, viu-se no espelho, normalmente. A criatura "por trás do fundo do espelho" sumira. Ele agora podia lavar o rosto descansado.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Canteiros

Composição: Fagner / sobre poema de Cecília Meireles

Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade

Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento

Pode ser até manhã
Sendo claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria

Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza ...
E deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida

domingo, 15 de novembro de 2009

depois...


"A gente está fazendo o que pode". Essa frase eu tenho ouvido muito nos últimos dias. Sim, fazemos o possível, que às vezes parece tão pouco, apesar do esforço, apesar da boa vontade de todos. Um amigo é o sal da vida. A pimenta e o açúcar. É tudo o que há de mais precioso, por isso, pelos amigos nos quedamos e abreviamos o tempo. Fazemos do possível matéria viva. A hora exige. Não há mais o que decidir a não ser pela autenticidade. Que cada um dê o seu melhor enquanto existe a vida, depois. Depois, ninguém sabe.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Salvar postagem. Publicar agora. Nada. É sexta 13 de um novembro difuso, desnorteador. Aos que se abrem à vida a acolhida é breve. Assim transitamos pela existência, no caldo doce das horas. Publicar postagem. Salvar agora...

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Disposta a ouvir, encontrei o que temia. Querendo falar, esbarrei no horizonte. Agora, só olho e vejo. Isso tem sido o suficiente.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Meio twitter

Que armadilhas são essas que povoam meu imaginário?

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Eu ainda não encontrei o que estou procurando

I have climbed the highest mountains
I have run through the fields
Only to be with you

I have run I have crawled
I have scaled these city walls
Only to be with you


But I still haven't found
What I'm looking for
But I still haven't found
What I'm looking for

I have kissed honey lips
Felt the healing fingertips
It burned like fire
This burning desire
I have spoken with the tongue of angels
I have held the hand of the devil
It was warm in the night
I was cold as a stone

U2

domingo, 8 de novembro de 2009

José Saramago

Sem meus personagens, não seria quem sou; sem eles, talvez a minha vida não fosse nada além de um esboço impreciso, uma promessa como tantas outras, a existência de alguém que podia ter sido e não chegou a ser.

sábado, 7 de novembro de 2009

Berlim

Penso no céu de Berlim. Aquela imensidão. E as ruas, tão largas, no centro. A torre com o anjo. A padaria em que ouvi tocar música brasileira. Os olhos lindos da atendente.Mas, mais que isso tudo, lembro dos passeios pelas calçadas e a igreja com a parte demolida por uma bomba. Berlim... Zoo Station... Enquanto o sábado cresce em nós, a memória serpenteia através do tempo. Faço planos de uma viagem para algum lugar já conhecido ou não. Indecisa, deixo as lembranças me roubarem os pés do chão. É quase como sonhar.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Sabe o coelho da Alice? Pois eu pareço com ele. Correndo, que pressa, meu Deus, vamos lá, tá na hora, tá na hora... Ufa! Cansei! Mas, há muito o que agradecer, até por esse cansaço. É daqueles que eu digo bom, porque a gente se realiza no que está fazendo. Trabalho, amor, vertigem de hemisférios e múltiplas possibilidades. E a vida segue seu curso...

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Emudeço. Há luz e estou feliz. Mas emudeço, assim, como se as palavras se desapegassem de mim...