sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Quarta-feira sépia

O dia se demoliu como um edifício em implosão. Fui toda para dentro, os olhos recebendo o cimento, o pó. Não é à toa que foi na quarta-feira. Pois se este dia foi feito para se chorar dele. E assim chorei. Não tive medo de me arregalar inteira em cima da dor e dizer a ela: olha, eu continuo aqui. Vai me doendo toda. Como quem rói. Vai me doendo a alma cansada. Não faz mal, o que o dia pedia era esse desavergonhado gesto de apenas ser. E isso, às vezes pede silêncio e lenços de papel.

4 comentários:

Anônimo disse...

doeu de ler
tua dor me dói também
mas tua dor é linda

entendo tudo, Clarissa

Biba disse...

Minha dor se fez semente, arado , campo. É preciso rasgar essa terra e sentir tudo para finalmente entender. Beijo grande, Clarissa

Anônimo disse...

biba, hoje é sábado. bem no momento em que aprecio este post seu, ouço "minha casa" do zeca baleiro: pára-raios quem não tem...? choro. repito a músico. releio seu post... bjo e paz, querida!

Biba disse...

Ira, querido. Beijos e paz! Carpe Diem! Adoro você!!